Desafios de 2023

Electrão está focado no aumento da recolha de vidro
Electrão está focado no aumento da recolha de vidro

O Electrão está focado em contribuir para o aumento da recolha de vidro, contrariando a tendência nacional de decréscimo, para que o país possa cumprir as exigentes metas de reciclagem.  

Em 2023 desenvolveu o projecto “Bandeiras Verdes”, inspirado numa experiência de sucesso em Espanha. A iniciativa envolveu os municípios de Almada, Aljezur e Vila do Bispo, os Sistemas de gestão de Resíduos Urbanos, a AIVE (Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem) e focou-se no canal HORECA, que inclui os hotéis e restaurantes, mas também acafetarias e serviços de caterings, onde a taxa de separação de vidro é ainda baixa. Além da avaliação da operação de recolha selectiva foram realizadas acções de sensibilização para aumentar a adesão à recolha porta-a-porta. Na sequência desta iniciativa a recolha de vidro porta a porta, em Almada, assegurada pela Amarsul, foi alargada a 54 novos estabelecimentos. 

Também em 2023 o Electrão promoveu um estudo para avaliar o potencial de recuperação do vidro nas infraestruturas de Tratamento Mecânico e Biológico de três Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos: Resinorte, Amarsul e Tratolixo.  Uma percentagem significativa de embalagens de vidro é encaminhada na recolha indiferenciada, o que pressupõe a necessidade de trabalhar de forma mais próxima com estes sistemas. 

Nas operações de limpeza urbana, nomeadamente as varreduras manuais e manutenção das papeleiras, existe também um elevado potencial de recuperação de vidro. Em 2023 o Electrão desenvolveu nesta área um projecto piloto em colaboração com duas freguesias do município de Lisboa: Santo António e Parque das Nações. Dos materiais de embalagem recuperados e triados nas duas freguesias destacou-se o vidro com uma taxa de recuperação superior a 30% nas papeleiras e de 20% como resultado das varreduras manuais. 

A aposta na gestão dos plásticos perigosos da reciclagem
A aposta na gestão dos plásticos perigosos da reciclagem

A gestão dos plásticos perigosos, que resultam dos processos de reciclagem, continua a ser uma preocupação do Electrão, que em 2023 triou e processou separadamente 886,2 toneladas de equipamentos eléctricos usados. As fracções críticas destes equipamentos, como condensadores, pilhas, placas de circuito impresso e cabos de cobre foram triadas e processadas isoladamente. Paralelamente, o Electrão realizou ainda neste âmbito dois testes (“batch tests”) para avaliação de resíduos encaminhados para o Centro de Reciclagem de Palmela. 

Desta forma o Electrão continua a promover, de forma inovadora, a separação, durante o processo de reciclagem, de plásticos com substâncias perigosas presentes em equipamentos eléctricos usados, nomeadamente os plásticos que contêm retardadores de chama, que são poluentes orgânicos persistentes (POP). 

Estes plásticos são considerados perigosos porque contêm agentes retardadores de chama, que são misturas de químicos adicionadas a uma ampla gama de produtos, de forma a torná-los menos inflamáveis. Estão aqui incluídos alguns plásticos usados em equipamentos eléctricos, sobretudo pequenos electrodomésticos, equipamentos informáticos, de comunicação e tecnologia. Os retardadores de chama são químicos poluentes persistentes, bioacumuláveis e tóxicos para o homem e para o ambiente. 

Actualmente, tal como decorre de directrizes europeias, o fabrico de novos equipamentos eléctricos já tem em consideração a restrição de substâncias químicas perigosas. A nova geração de equipamentos tem em conta esses limites previstos, com menor impacto, salvaguardando as mesmas características de resistência ao calor e fogo, o que tem sido possível graças à investigação e desenvolvimento técnico promovidos por vários fabricantes.  

 

Recuperar equipamentos eléctricos usados da sucata metálica
Recuperar equipamentos eléctricos usados da sucata metálica

O Electrão está a desenvolver um projecto piloto para recuperar equipamentos eléctricos usados da sucata metálica em colaboração com os operadores de gestão de resíduos e Sistemas de Gestão de Resíduos Urbanos. Uma das principais dificuldades da gestão destes equipamentos é a mistura com resíduos metálicos, o que impede que sejam tratados de forma ambientalmente correcta em unidades dedicadas e acabem por seguir para unidades de fragmentação. 

O objectivo deste projecto é avaliar a possibilidade de segregar dessas misturas de resíduos ferrosos os equipamentos eléctricos, e seus componentes, como pilhas e baterias, à escala industrial, e de triar especificamente fracções críticas, como condensadores e placas de circuito impresso. 

Este projecto contempla ainda a possibilidade de fragmentar estes equipamentos/componentes em lote individual e de avaliar a capacidade de triagem e descontaminação durante o processo de fragmentação, nomeadamente de fracções de críticas, como os plásticos perigosos, o que pressupõe a definição de requisitos mínimos de infraestrutura e procedimentos técnicos para todas as operações. 

A ideia é que o projecto piloto possa vir a abranger todas as unidades de fragmentação com interesse em participar com a supervisão de uma entidade independente, cuja equipa integrará um auditor WLX/CENELEC. 

 

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